Lei em Santa Catarina: Tudo o Que Você Precisa Saber Sobre a Circulação de Cães Como o Pit Bull

Lei em Santa Catarina: Tudo o Que Você Precisa Saber Sobre a Circulação de Cães Como o Pit Bull

Nova lei em SC proíbe circulação de cães como pit bulls sem focinheira e guia curta. Entenda todas as regras, penalidades e como tutores devem se adaptar para evitar multas e proteger seus cães e a comunidade.

Nos últimos anos, o número de casos envolvendo cães de raças consideradas “potencialmente agressivas” cresceu em diversos estados brasileiros, levantando um debate público sobre posse responsável e segurança coletiva. Em Santa Catarina, esse cenário culminou na criação de uma legislação específica para o controle e a circulação de cães de raças com histórico de comportamento agressivo.

Este artigo tem como objetivo esclarecer de forma detalhada e acessível todos os pontos dessa legislação, abordando desde as restrições impostas, as obrigações dos tutores, até as penalidades em caso de descumprimento, além de reflexões sobre os impactos sociais e éticos dessa lei.


O que diz a nova lei?

Santa Catarina aprovou uma legislação que regulamenta a posse, criação e circulação de cães classificados como potencialmente perigosos. A lei não apenas impõe restrições à movimentação desses animais em espaços públicos, mas também estabelece obrigações rigorosas aos tutores e prevê penalidades severas para quem descumpri-la.

A norma visa, acima de tudo, proteger a população e garantir o bem-estar dos próprios animais, promovendo uma convivência mais segura e responsável entre cães e humanos.


Quais raças estão incluídas na regulamentação?

Pit Bull

A legislação de Santa Catarina considera como potencialmente perigosos os cães das seguintes raças (e seus cruzamentos):

  • American Pit Bull Terrier
  • American Bully (incluindo as variações Micro, Pocket, Exotic e Standard)
  • American Staffordshire Terrier
  • Staffordshire Bull Terrier
  • Red Nose
  • Pit Monster
  • Cães mestiços oriundos de cruzamentos com pit bulls

Essas raças foram selecionadas com base em histórico de ataques, força física, capacidade de causar lesões graves e perfil de proteção ou guarda mal direcionado.


📍 Onde esses cães não podem circular?

A lei proíbe a circulação livre desses cães em espaços públicos de uso coletivo, tais como:

  • Ruas e avenidas
  • Praças e parques
  • Escolas, creches e universidades
  • Hospitais e unidades de saúde
  • Locais com aglomeração ou grande circulação de pessoas

A ideia é impedir situações em que a presença desses cães possa gerar riscos à integridade física de pessoas e outros animais, mesmo que o cão não esteja agressivo no momento.


✅ Quando a circulação é permitida?

A circulação é permitida apenas sob condições rígidas, que envolvem controle absoluto do animal. Para isso, o tutor deve seguir os seguintes critérios:

  1. Ser maior de 18 anos
  2. Utilizar uma guia curta, de até 1 metro
  3. Utilizar focinheira adequada ao tamanho e formato do animal
  4. Usar coleira peitoral ou enforcador resistente
  5. Ter controle físico e comportamental total sobre o cão durante todo o trajeto

O objetivo é garantir que o animal não represente ameaça ao público mesmo quando fora de casa, seja em uma ida ao veterinário, pet shop ou em caso de transporte necessário.


⚖️ Quais são as obrigações do tutor?

Segundo a legislação de SC, o tutor é plenamente responsável pelos atos do animal, tanto no aspecto civil quanto penal. Isso inclui:

  • Ataques a pessoas ou animais (com ou sem lesão)
  • Danos à propriedade pública ou privada
  • Desobediência às regras de condução e segurança
  • Falta de esterilização ou vacinação do cão

A lei reforça o princípio da guarda responsável, ou seja, o tutor precisa ter consciência plena do poder físico e instintivo do animal, e tomar todas as medidas preventivas para evitar riscos.


Castração obrigatória

Outro ponto fundamental da lei é a obrigatoriedade da castração para cães dessas raças a partir dos 6 meses de idade.

A medida visa:

  • Reduzir a reprodução indiscriminada
  • Prevenir criação clandestina
  • Minimizar abandono
  • Diminuir comportamentos relacionados à territorialidade, como agressividade e marcação de território

Além disso, a castração é uma forma reconhecida de promover o bem-estar animal, prevenindo doenças e promovendo um comportamento mais equilibrado.


🚨 Quais são as penalidades previstas?

O descumprimento da legislação sujeita o tutor a penalidades rigorosas, que incluem:

  • Multa de R$ 5.000,00 por infração
  • Multa dobrada em caso de reincidência
  • Apreensão imediata do animal
  • Obrigação de reparação civil em caso de danos ou lesões
  • Possibilidade de responsabilização criminal em casos graves (como morte de pessoa ou animal)

As penalidades são aplicadas mesmo que o animal não esteja agindo de forma agressiva, desde que esteja fora das condições estipuladas pela lei.


Como é feita a fiscalização?

A fiscalização será de responsabilidade:

  • Primária dos municípios, por meio de suas secretarias de meio ambiente ou saúde
  • Com apoio da Polícia Militar, em casos de risco à ordem pública, abandono, maus-tratos, ou ataque confirmado

A atuação integrada entre poder municipal e estadual visa garantir que a legislação seja cumprida com efetividade, inclusive com operações de apreensão e campanhas educativas.


Ações Educativas e Campanhas

A lei determina que a Secretaria do Meio Ambiente e Economia Verde de SC promova:

  • Campanhas públicas sobre guarda responsável
  • Informação sobre castração, socialização e adestramento
  • Esclarecimento sobre os riscos do abandono e da criação sem controle

Essas campanhas visam evitar o estigma injusto sobre as raças e conscientizar a sociedade de que o problema está na má condução, não na genética do animal.


E a polêmica em torno da lei?

A legislação gerou apoio de setores da sociedade que clamavam por maior segurança, mas também recebeu críticas por parte de ONGs, veterinários e adestradores.

Argumentos contra:

  • Comportamento agressivo não é exclusivo de certas raças
  • Cães bem socializados e educados não representam risco
  • Leis baseadas em raça promovem estigmatização
  • Pode aumentar o abandono e dificultar adoções

Muitos especialistas defendem que o foco deveria ser no tutor irresponsável, não na raça em si.


Como o tutor pode se adaptar à nova legislação?

Se você é tutor de uma dessas raças, siga estas orientações práticas:

  1. Providencie a castração legal (com laudo e certificado).
  2. Adquira os equipamentos exigidos: focinheira, guia curta, coleira resistente.
  3. Realize o adestramento básico para comandos de obediência.
  4. Evite ambientes públicos movimentados com alta densidade de pessoas.
  5. Mantenha vacinação, vermifugação e documentos do cão em dia.
  6. Nunca permita que o cão circule desacompanhado, mesmo dentro do seu bairro.

Conclusão

A nova lei de Santa Catarina que regulamenta a posse e circulação de cães como o pit bull e raças similares é uma tentativa de conciliar segurança pública com responsabilidade individual. Embora controversa, ela sinaliza que os tutores devem estar plenamente preparados e conscientes dos desafios de criar um cão de força e energia excepcionais.

Mais do que proibir, a lei chama à responsabilidade — promovendo castração, controle, adestramento, socialização e prevenção. Se usada com sabedoria, essa regulamentação pode ajudar a evitar tragédias, reduzir o abandono, e melhorar a convivência entre cães e humanos.


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